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3 pensamentos para os seus investimentos em 2022

Fala pessoal, Guilherme Zanin quem escreve hoje. Primeiramente, quero desejar um feliz ano novo para todos os investidores globais! Esperamos que tenham um 2022 tão bom quanto o ano anterior (em termos de investimentos) e que tenham muita saúde para poder aproveitar estes recursos!Sonhamos que todos possam voltar a viajar e aproveitar a vida normalmente, mas agora bancarizados internacionalmente junto com a Avenue!

Agora vamos as perspectivas para 2022:

Never Bet Against America

Hedgeye

Frase que virou clichê, mas 2021 foi marcado como mais um ano positivo para os otimistas e negativo para quem apostou contra o mercado americano. Inclusive, o S&P 500 ultrapassou a máxima histórica 71 vezes no ano, atingindo a segunda maior marca da história e apresentando um boom pós-pandemia que premiou os investidores, principalmente em tecnologia.

Portanto, como diria Warren Buffett: Never Bet Against America!

Yahoo! Finance

Inclusive, quando comparamos com outros mercados ao longo do tempo, nós brasileiros entendemos ainda mais os motivos para internacionalizar os nossos recursos. Em 2021, enquanto o mundo estava surfando uma recuperação (cambaleante, mas crescente), o Ibovespa apresentou um resultado bastante dispare, apresentando queda mesmo num cenário de alta dos principais índices americanos.

A semana passada, em clima de final de ano, foi marcada pelo baixo volume e sem grandes novidades no cenário internacional, fechando próxima da máxima histórica, apesar de seguirmos vendo um aumento expressivo e substancial do número de casos de Covid-19 na Europa e nos EUA. Na África do Sul, a piora de casos da variante ômicron parece ter ficado para trás. Os novos casos já mostram desaceleração e não há indícios de aumento representativo de internações e óbitos, em contraste com as últimas cepas.

Compound

Com o número de casos exponencialmente mais elevados e o inverno no hemisfério norte assolando ainda mais os hospitais, as próximas semanas ainda serão de mais notícias preocupantes vindas da Europa e EUA. Por ora, medidas pontuais estão sendo tomadas para combater o vírus, mas economicamente podemos observar um impacto negativo no crescimento. No campo inflacionário, contudo, o problema pode ser mais persistente devido a mais uma quebra da cadeia produtiva. Essas foram as preocupações do início do ano de 2021 e que seguem preocupando o mercado para 2022.

Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo
Quando começamos a olhar as perspectivas dos principais analistas de Wall Street para 2022, notamos que elas estão divididas em três temas principais:

1. A inflação provavelmente continuará até que os problemas da cadeia de abastecimento sejam corrigidos.
Inclusive, este é considerado o principal risco para 2022, segundo os analistas consultados pela Bloomberg:

Bloomberg

Apesar dos receios, já começamos a notar alguma desaceleração da dinâmica inflacionária e ela pode acabar sendo “transitória” conforme o FED previu (o timming que talvez tenha sido errado).

Potencialmente, em 2022 os preços do petróleo não devem subir tanto, os carros também devem não apresentar uma valorização tão elevada e nem uma demanda tão elástica quanto no ano anterior, os problemas da cadeia de abastecimento deverão diminuir com o tempo e a ajuda governamental para famílias de baix e /média renda irá secar. Já vimos um Natal que foi positivo, mas ainda aquém dos níveis de 2019.

O grande desafio dos bancos centrais será encontrar o equilíbrio para combater a inflação (aumentar as taxas de juros) sem destruir a demanda do consumidor.

2. Os gastos de investimentos das empresas podem aumentar.
2021 foi um grande ano para os EUA corporativamente, pois o FED injetou bilhões de dólares na economia e os consumidores voltaram correndo para comprar bens e serviços. O S&P 500 fechou em níveis recordes, mas não por especulação e sim por crescimento de lucros. Veja que a linha pretamostra os lucros das empresas do índice e a linha laranja l mostra a cotação das ações. Podemos ver uma correlação de longo prazo entre lucratividade das empresas e o desempenho do índice S&P. Este é um gráfico de longo prazo, são apresentados mais de 10 anos; mas se prestarmos atenção no final do gráfico fica claro que a relação se manteve, ou seja, ao passo que os lucros caíram o S&P caiu, tão logo os lucros voltaram a subir o S&P repercutiu isso.

FS Investments

Como o Will sempre nos diz “barbante não se empurra, barbante se puxa” e o mesmo vale para as ações. Quanto maior o lucro delas, maiores as cotações do índice e não o inverso.

Os fortes lucros das empresas no último ano e as baixas taxas de juros vêm alimentando os gastos de capital (investimentos). A reconstrução de estoques deve contribuir para um crescimento mais amplo da economia. Além disso, conforme mais gastos do consumidor mudam para serviços, as empresas terão um fôlego e reabastecerão os estoques. Não é à toa que as estimativas de lucros para 2022 e 2023 continuam crescendo (conforme gráfico da Bloomberg abaixo), o que novamente pode puxar os lucros para cima:

Bloomberg Línea

Recuperação irregular da Covid-19.
A maior ameaça ao crescimento econômico continua a ser a Covid-19 e pode ser que a recuperação mostre um padrão mais desigual. Os mercados emergentes, com menos recursos, são mais vulneráveis ​​a choques econômicos e novas cepas da Covid.

A ômicron já mostrou que a pandemia ainda não acabou e pode causar estragos em questão de semanas. Além de tudo isso, eu gostaria de pontuar uma última questão, muito importante para os investidores brasileiros em 2022: as eleições.

Um material muito bom feito pela Nord Research mostra como se comporta o dólar comparado ao real em anos eleitorais. O cenário ideal para o país em 22 seria de realização de reformas estruturais importantes no primeiro semestre e uma eleição menos polarizada no segundo semestre. Entretanto, admito que este cenário parece cada vez menos provávele, independentemente do vencedor, a alocação de recursos em dólar continua sendo prudente para quem deseja possuir um patrimônio de longo prazo.

Nord Research

Por fim, na minha visão, o melhor cenário econômico seria se a política monetária americana apertasse, mas menos do que os investidores temem. Além disso, é importante continuar os gastos em investimentos das empresas (ter um cenário previsível para que elas possam fazer isso), melhorar as cadeias de abastecimento e a saúde global. Segundo o Morgan Stanley, a expectativa de crescimento do PIB mundial para 2022, conforme consenso, é de 4,7% – e esperemos que o Morgan Stanley esteja certo.

 

Era isso pessoal. Para mais conteúdos, me sigam nas redes sociais, @gui_zanin_, no Twitter ou Instagram.

Aquele abraço!!!
GUILHERME ZANIN