AveNews

Aprendendo com os erros?

Como sempre, começo lembrando o que escrevemos na semana passada e dessa vamos falamos sobre as perspectivas para 2022 – então se você quer saber o que esperar para PIB, Inflação, Juros e Bolsa, vale conferir. Aliás, assim como escrevi na semana passada, essas previsões quase sempre se provam erradas, mas ainda assim vale ler para ter uma noção de cenário.

Nessa linha, o Fabio Fares, o professor do Avenue Academy, fez uma aula mostrando as projeções que foram feitas para 2021 e como elas deram errado, evidenciando o quão importante é investirmos em nossa educação financeira. Clique aqui para assistir e, caso se interesse, inscreva-se na Avenue Academy,

 

O que foi lixo pode ser luxo?

Esse subtítulo chamativo é proposital, pois quero chamar sua atenção para uma teoria interessante sobre a construção de um portfólio. Na semana que passou fizemos uma live onde falamos das maiores quedas da bolsa americana em 2021. Nela abordamos a teoria chamada Dogs of Dow. Em suma, essa é uma estratégia de investimento que foi popularizada em 1991 por Michael O’Higgins através do livro Beating The Dow. Essa é uma teoria de construção de portfólio em ações simplistas e que considera, basicamente, as empresas que apresentem os 10 maiores dividend-yields do índice Dow Jones (DJIA) ao final de cada ano.
Como funciona: você simplesmente compra os 10 ativos de maiores yields do índice Dow Jones no fechamento do ano, carrega os mesmos ativos por 12 meses e, depois, rebalanceia a carteira na virada do ano.
Ela se baseia na premissa de que as empresas não alteram sua distribuição de proventos de acordo com o preço da ação. Ou seja, se a ação cair ou subir isso tem pouco ou nenhum impacto na distribuição de dividendos do ano seguinte. Além disso, o dividendo comparativamente ao preço da ação (dividend yield) é uma medida de valor médio da empresa e ajuda a identificar se a empresa está “barata” ou “cara”. Logo, empresas com dividend yield seriam consideradas baratas.

 

Você pode estar se perguntando: isso funciona?
Os gráficos mostram que, assim como qualquer coisa que falamos sobre investimentos em ações, não há garantia de nada. No entanto, dependendo da janela de observação, a teoria pode funcionar sim.
Abaixo veja a foto do desempenho de uma carteira que seguiu essa estratégia (linha branca) com o índice Dow Jones (linha azul) desde 2008. Nessa janela, a estratégia teria batido o índice.

Bloomberg

Já quando olhamos uma janela mais curta, desde 2016, a estratégia não foi tão bem-sucedida.

Bloomberg

Para responder essa e outras perguntas sobre a teoria sugiro assistir nossa live. Ou ainda, acesse o site https://www.dogsofthedow.com/, que contém uma série de informações, cálculos, tabelas e gráficos sobre ela. É, no mínimo, uma teoria interessante, não é mesmo?

 

Lição para 2022
Uma lição para você, investidor, colocar em prática em 2022 é a capacidade de conviver com quedas de mercado, mesmo quando elas são de elevada intensidade. Não é fácil e também não é uma segurança de que você obterá retorno em uma ação simplesmente pelo fato de carregá-la a despeito de todas as dificuldades enfrentadas pela empresa que resultem em quedas.

No entanto, a lógica desse tema é a de que quedas podem ser oportunidades e que vemos diversos exemplos disso na história do mercado americano. Nunca sabemos o futuro, então cabe a nós analisarmos o passado para aprendermos com ele. E é interessante que, quando olhamos o exemplo de Apple, vemos que em diversos momentos as ações da empresa passaram por quedas bastante expressivas. O quadro abaixo resume os períodos de maior queda das ações da Apple.

Magazine Baillie Gifford

Além disso, indo além, vemos diversas empresas que viram suas ações perderem de valor por meses, anos, ou por quedas bastante exacerbadas desde suas máximas (o chamado drawdown). O infográfico apresenta alguns exemplos.

Magazine Baillie Gifford

E como foi esse ano?
Seguindo na linha do que abordamos na live, abaixo as tabelas com as maiores quedas no ano (até o dia 20/12/2021), para os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq respectivamente. Não se trata de recomendação, apenas uma lista das maiores quedas desses três Índices.

Dow Jones

 

S&P 500

 

Nasdaq

 

Vale ressaltar que todos são apenas exemplos. Mas, em nossa live, você pode se aprofundar mais sobre o assunto e ver alguns motivos que ajudam a entender a queda de 10 ativos que compõe essas listas.

Desejo a todos boas festas e um final de ano abençoado.

Aquele abraço,

William Castro Alves – Twitter e Instagram